domingo, 21 de setembro de 2025

Como Revitalizar a Maçonaria ? - Parte 2

 


Parte 2: A Criação de uma Experiência Maçônica de Impacto

 

Este texto é inteiramente baseado nas obras do irmão Cliff Porter,  autor de "The Secret Psychology of Freemasonry" e "A Traditional Observance Lodge: One Mason's Journey to Fulfillment" , oferece uma abordagem mais pragmática e estrutural para a revitalização. Sua obra se concentra em duas áreas principais: a aplicação da psicologia para melhorar a dinâmica da loja e a implementação do modelo de "Loja de Observância Tradicional".

 

 

 Recomendo a leitura de ambos os livros. 

 

 

E o que seria isso, Observância Tradicional?

 

 

Com certeza. O movimento de Observância Tradicional (O.T.), também conhecido como Traditional Observance (T.O.) em inglês, é uma das correntes de revitalização mais influentes na Maçonaria contemporânea, especialmente na América do Norte, com ecos em todo o mundo, incluindo o Brasil.

 

Não se trata de um novo rito, uma nova potência ou um "tipo" diferente de Maçonaria. Em sua essência, a Observância Tradicional é uma filosofia e uma metodologia para a prática maçônica, que busca restaurar a solenidade, a seriedade e o impacto transformador da experiência na Loja.

 

O movimento surgiu como uma reação ao que muitos maçons viam como um declínio na qualidade e no propósito das reuniões maçônicas, que em muitos lugares haviam se tornado apressadas, excessivamente focadas em questões administrativas e com um caráter mais de "clube social" do que de uma fraternidade iniciática.

 

A Filosofia Central

 

A filosofia da O.T. é simples: a experiência maçônica deve ser excepcional. A Loja não é um lugar para replicar o mundo profano, mas sim para criar um espaço sagrado e um tempo ritual onde os membros possam se desconectar de suas vidas cotidianas e se concentrar em seu aprimoramento moral, intelectual e espiritual.

 

Para a O.T., a Maçonaria "funciona" quando seus rituais e símbolos são apresentados com a máxima beleza, precisão e solenidade, causando um profundo impacto psicológico e emocional nos participantes.

 

As Características Principais de uma Loja de Observância Tradicional

 

Lojas que adotam o modelo de Observância Tradicional geralmente implementam um conjunto de práticas para alcançar essa experiência excepcional. As mais comuns são:

 

  1. Excelência na Ritualística: O ritual é o coração da experiência. Ele é memorizado perfeitamente e executado com precisão, solenidade e dramaticidade. Os oficiais ensaiam exaustivamente para que a cerimônia flua sem erros, permitindo que todos os presentes mergulhem na experiência sem distrações.

 

  1. Atmosfera Solene e Formal: O ambiente é cuidadosamente preparado. Isso inclui:

 

    • Traje a Rigor: A exigência de trajes formais (como smoking ou terno escuro) para todos os membros. A uniformidade e a formalidade elevam a seriedade do evento.
    • Uso de Música e Iluminação: A música clássica ou sacra e a iluminação cuidadosamente controlada (muitas vezes à luz de velas) são usadas para criar uma atmosfera que inspira reverência e introspecção.

 

  1. O Ágape Fraternal Estruturado (Festive Board): Após a reunião ritual, a socialização continua, mas de forma estruturada. O ágape não é um simples jantar; é uma continuação formal da reunião, com regras de etiqueta, brindes rituais (ao país, à Ordem, aos visitantes, etc.) e discursos curtos. Paradoxalmente, essa estrutura formal muitas vezes leva a uma fraternidade mais profunda e genuína.

 

  1. Prioridade à Educação Maçônica: O tempo em Loja é dedicado ao trabalho maçônico. As questões administrativas são minimizadas (geralmente tratadas por um conselho administrativo fora da reunião principal). O foco se volta para a execução dos rituais e para a apresentação de trabalhos e palestras de alta qualidade sobre simbolismo, filosofia e história maçônica.

 

 

  1. Qualidade em Vez de Quantidade: Lojas de O.T. são muito seletivas em relação a novos membros. A preocupação não é "encher cadeiras", mas encontrar homens que estejam genuinamente buscando o que a Maçonaria tem a oferecer e que estejam dispostos a se comprometer com os altos padrões da Loja. O processo de sindicância é extremamente rigoroso.

 

O Que a Observância Tradicional NÃO É

 

  • Não é um Rito Novo: Pode ser praticado dentro de qualquer rito regular (REAA, York, Adonhiramita, etc.). É um "software" que roda no "hardware" de um rito existente.
  • Não é Elitismo (em teoria): Embora às vezes seja criticado como elitista devido à formalidade e aos custos, seus defensores argumentam que o objetivo não é criar uma elite social, mas sim estabelecer um alto padrão de excelência maçônica acessível a qualquer homem que se comprometa com ele.
  • Não é uma Tentativa de Reencenação Histórica: O objetivo não é se vestir como maçons do século XVIII, mas sim aplicar os princípios atemporais de solenidade e sacralidade de uma forma que ressoe com o homem moderno.

Em resumo, o movimento de Observância Tradicional é um chamado para que a Maçonaria leve a si mesma a sério. É um esforço consciente para restaurar o senso do sagrado, da beleza e do propósito em cada aspecto da vida da Loja, acreditando que, ao fazer isso, a Maçonaria pode cumprir plenamente sua promessa de transformar homens bons em homens ainda melhores.

 

E no Brasil?

Vou ser repetitivo nesta seção, pois se faz necessário. 

Porter oferece o "como" transformar cada reunião em uma experiência memorável e impactante, focando na excelência da prática ritualística e na psicologia das interações.  

Como aplicar no Brasil:

 

  • Adoção do Modelo de "Observância Tradicional" (T.O.):

 

    • Excelência Ritualística: Incentivar um ensaio rigoroso e uma execução impecável dos rituais. A beleza, a solenidade e a precisão do ritual não são vaidade, mas ferramentas para criar uma atmosfera que eleva a consciência.
    • Formalidade e Ambiente: Valorizar o uso correto do traje (seja o balandrau, terno ou outro traje formal definido) e cuidar da atmosfera do Templo (iluminação, música, silêncio) para marcar a transição do profano para o sagrado.
    • O Ágape Fraternal Estruturado: O ágape, já uma tradição em muitas Lojas brasileiras, pode ser elevado. Em vez de um simples jantar, pode-se adotar o modelo do Festive Board de Porter, com brindes formais, discursos curtos e um protocolo que fortalece a fraternidade de maneira estruturada e elegante.

 

  • Aplicação da Psicologia: Promover workshops sobre liderança, oratória e, principalmente, mediação de conflitos, usando os princípios que Porter extrai da psicologia. Isso equiparia os maçons com ferramentas práticas para aplicar o ideal de "lapidar a pedra bruta" no dia a dia e melhorar a harmonia na Loja.

 

Talvez a aplicação da psicologia seja o item mais importante: quantos irmãos não vimos "mudar" conforme ganhavam graus, viravam este ou aquele cargo ou mesmo se tornavam Venerável Mestre de suas lojas?

 

 

Quantas discussões, xingamentos, cisões movidas tão somente pelo ego de seus atores? 

 

 

O Ego, a vontade de aparecer e sem relevante, é o primeiro dos inimigos a ser derrotado. Aos irmão não se quer dominar, nem mesmo liderar, mas servir. 

 

 

Amanhã colocarei a terceira e ultima parte. 

 

 

 

 

 

 


sábado, 30 de agosto de 2025

Como revitalizar a maçonaria? - Parte 1




Diante de um cenário de declínio no número de membros e uma crescente busca por significado espiritual, a Maçonaria nos Estados Unidos tem sido palco de um intenso debate sobre sua revitalização. Duas vozes proeminentes que se destacam nesse diálogo são as de Timothy Hogan e Cliff Porter. Embora ambos compartilhem o objetivo de revigorar a Ordem, suas abordagens e ênfases oferecem caminhos distintos, porém complementares: Hogan foca na redescoberta da profundidade esotérica e filosófica da Maçonaria, enquanto Porter defende uma reestruturação da experiência na loja através do modelo de "Observância Tradicional" e da aplicação de princípios psicológicos.

Nesta postagem e na próxima, vamos analisar as estratégias e pensamentos destes dois irmãos valorosos e suas obras, para depois fazer uma síntese de suas ideias: 

Timothy Hogan: A Chave Esotérica para a Transformação

Para Timothy Hogan, autor de obras como "The Alchemical Keys to Masonic Ritual" (As Chaves Alquímicas para o Ritual Maçônico) e "The 32 Secret Paths of Solomon" (Os 32 Caminhos Secretos de Salomão), a revitalização da Maçonaria passa por um retorno às suas raízes esotéricas, gnósticas e alquímicas. Hogan argumenta que a Maçonaria, em sua essência, é uma escola de mistérios ocidentais projetada para a transformação pessoal e espiritual de seus membros. A perda desse foco, segundo ele, transformou muitas lojas em meros clubes sociais, esvaziando a experiência maçônica de seu verdadeiro propósito.


A proposta de Hogan para a revitalização pode ser resumida nos seguintes pontos:


  • Educação Esotérica Profunda: A principal ferramenta de Hogan é a educação. Ele defende um estudo aprofundado dos símbolos e alegorias maçônicas sob a ótica da alquimia, da Cabala e do gnosticismo. Para ele, compreender o ritual como um processo alquímico de transmutação da alma é o que pode reacender o interesse e o comprometimento dos maçons. Suas palestras e livros buscam fornecer as "chaves" para decifrar esses significados ocultos.

  • A Maçonaria como Caminho Iniciático: Hogan enfatiza que a Maçonaria não é um fim em si mesma, mas um caminho de autoconhecimento e desenvolvimento espiritual. A revitalização, nesse sentido, não se trata de atrair números, mas de atrair homens que buscam sinceramente esse aprimoramento. A experiência na loja deve refletir essa jornada, sendo um espaço para a contemplação e o estudo sério, e não apenas para a socialização.

  • Foco na Qualidade, não na Quantidade: A abordagem de Hogan sugere que uma Maçonaria revitalizada pode ser menor, porém mais forte e mais significativa para seus membros. O foco deve ser na qualidade da experiência maçônica oferecida, o que, por sua vez, atrairá indivíduos que ressoam com essa profundidade.


Em suma, a visão de Hogan é a de que, ao desvelar e abraçar suas tradições esotéricas, a Maçonaria pode oferecer uma experiência única e transformadora, algo que a sociedade moderna, muitas vezes carente de espiritualidade, anseia.

E você, irmão leitor, o que pensa das ideias acima? Serviriam para a realidade da maçonaria no Brasil? 

Deixo uma provocação: você mudou após ter entrado na maçonaria? E não estou falando no sentido moral...

Recomendo desde já a leitura das obras do irmão Hogan. Todas podem ser encontradas na Amazon. Estão, obviamente em inglês. 


domingo, 3 de agosto de 2025

Os Templários são a origem da maçonaria?

 




Começo agora uma série de postagens para criar uma discussão sobre o tema: "seriam os maçons descendentes espirituais diretos ou indiretos da Ordem Templária ?"



Boa parte da hipótese(difundida) de origem templária da maçonaria vem deste rito abaixo. Ele por sua vez pode ter sido influenciado por outras fontes, as quais vamos delinear em postagens futuras.


Rito da Estrita Observância Templária


  • Fundação: Criado por Barão Johann Gottlieb von Hund por volta de 1754, na Alemanha. Ele afirmava ter sido iniciado em 1742 por Superiores Desconhecidos, que o incumbiram de restaurar a tradição templária por meio da Maçonaria.

  • Lenda central: Após a perseguição de 1307, Pierre d’Aumont, Marechal dos Templários, fugiu com sete irmãos disfarçados de pedreiros operativos para a Escócia, onde teriam fundado a Maçonaria especulativa moderna.

  • Sistema de graus:

    1. Maçonaria Azul (graus simbólicos)

    2. Mestre Escocês

    3. Noviciado

    4. Cavaleiro Templário (com subdivisões possíveis)

    Mais tarde foram adicionados:

    • Dois graus de Santo André (altamente simbólicos)

    • Dois graus de Cavalaria: Noviço e Cavaleiro da Cidade Santa

    • Dois graus ocultos com ensinamentos esotéricos sobre a origem da Maçonaria

    • Superiores Desconhecidos: Von Hund afirmava agir sob ordens desses mestres ocultos. Porém, nunca apresentou provas de sua existência, o que levou à ruína do Rito. Um grande encontro em Altenburg (1764) questionou essas alegações, e von Hund morreu em 1776, desacreditado.

  • Transformação espiritual: O Rito influenciou sistemas esotéricos posteriores, especialmente na França. Um grupo ligado a Martines de Pasqually (fundador da tradição martinista) uniu sua filosofia espiritual à Estrita Observância, removendo o tema templário e elevando o sistema a um caminho místico e iniciático.

  • Legado: Embora tenha sido extinto formalmente, seus rituais e símbolos sobreviveram e foram herdados por sistemas como os Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa e por ritos suíços. O Grande Priorado da Helvécia continua a praticar variantes espirituais baseadas neste sistema.

  • Ordens martinistas operativas e o Rito Escocês Retificado são os principais detentores do legado acima em nossa atualidade.


A primeira requisição que temos o direito de fazer àqueles que sustentam que a Ordem do Templo continuou a ser perpetuada em segredo após sua supressão pública é escolher entre estas Lendas de sucessão, e indicar por qual das três eles estão preparados para se manter ou cair.

Obs: o texto sobre as três(ou quatro) lendas foi traduzido diretamente do livro A New Encyclopaedia of Freemasonry, vol 2. por Arthur Edawrd Waite, que é de onde vem as informações desta postagem.


A Primeira Lenda da Perpetuação: A história tradicional desse Rito Templário primordial, que exigirá consideração total em outro lugar, pode ser resumida da seguinte forma: 


1. Na data da supressão nos dias de Filipe, o Belo, o Marechal dos Cavaleiros Templários era Pierre d'Aumont.

2. Ele fugiu para a Escócia com outros sete Irmãos, disfarçados de Maçons Operativos.

3. Naquele país, eles estabeleceram a Maçonaria em sua forma atual, significando a do Ofício (Craft).

Esta é a Lenda central do Rito, e — acredito — a primeira formulação distinta da tese de que a Cavalaria Templária, após sua supressão formal, foi perpetuada em segredo sob o véu da Maçonaria.



A Segunda Lenda da Perpetuação (A Ordem Francesa do Templo e a Carta de Larmenius):



1. Esta lenda está ligada à Ordem Francesa do Templo e à reivindicação de Fabré-Palaprat, que começou a ser ouvida em Paris por volta de 1804.

2. Sua principal evidência é a Carta de Larmenius, também chamada de Carta de Transmissão. O documento alega ser a renúncia de Johannes Marcus Larmenius, que teria sido nomeado por um "decreto secreto do venerável e santíssimo mártir", Jacques de Molay, como sucessor no comando dos Cavaleiros do Templo.

3. A carta é assinada por Larmenius e por 22 Grão-Mestres sucessores, terminando com a assinatura de Bernardus Raymundus Fabré-Palaprat em 1804. O autor do livro considera este documento uma fraude que "se trai a cada ponto de sua redação".


A Terceira Lenda da Perpetuação (O Rito Sueco): 


1. Esta lenda afirma que, antes de morrer, Molay entregou a Ordem nas mãos de seu sobrinho, o Conde Beaujeu.

2. Beaujeu teria levado a Ordem para a Suécia, juntamente com as cinzas de seu tio.

3. A fonte desta história é desconhecida, mas o autor especula que ela foi possivelmente inventada em Estocolmo como uma alternativa à lenda da Estrita Observância.

Em adição a estas 3 lendas, temos mais uma, de Eliphas Levy:

1. O famoso ocultista francês Eliphas Lévi afirmou em 1861 que, antes de sua morte, o Chefe do Templo — Jacques de Molay — "organizou e instituiu a Maçonaria Oculta".

2. Segundo Lévi, dos confins de sua masmorra, o Grão-Mestre erigiu quatro Lojas Metropolitanas: em Nápoles para o Leste, em Edimburgo para o Oeste, em Estocolmo para o Norte e em Paris para o Sul.

3. O autor do livro observa que esta declaração parece projetada para explicar as outras lendas de perpetuação templária em conexão com a Escócia, Suécia e França.


Espiritualização do Sistema


Waite explica que, no final do século XVIII, o rito sofreu uma transformação profunda em Lyon, liderada por maçons ligados ao martinismo. Essa reforma:


  • Eliminou as pretensões templárias externas

  • Manteve os graus mais filosóficos e espirituais

  • Alinhou o sistema com o ideal místico de regeneração interior

  • Foi aprovada oficialmente na Convenção de Lyon

  • Foi confirmada mais tarde na Convenção de Wilhelmsbad (1782), onde se renunciou à hipótese dos Superiores Desconhecidos e à origem templária da Maçonaria



Seria este o fim ou a conclusão deste assunto? É o suficiente para se responder a pergunta que é titulo deste post? Sem sombra de duvida, não. Nas próximas postagens, vamos explorar mais a fundo este tema.


Fonte: A New Encyclopaedia of Freemasonry, vol 2. por Arthur Edawrd Waite

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Boaz e Rute

Tá de Boaz?

Este post pretende apenas discutir sobre um personagem bíblico quase desconhecido, mas que tem grande importância para o judaísmo, o cristianismo e...a maçonaria!

Boaz e Rute - Quase uma historia de Nicolas Sparks!




Antes de falarmos de Boaz, temos que obrigatoriamente falar de Rute, que foi uma moabita, um povo pelo qual os hebreus possuíam grande desprezo(falaremos mais sobre isso adiante!).
Rute era uma princesa moabita, que renunciou a sua nobreza por estar desgostosa com a imensa idolatria praticada em sua terra. Acabou conhecendo um hebreu, de nome Machlon, cuja família havia se mudado para Moab devido a uma grave fome em Judá.

Por sua vez, Machlon era filho de Noemi e Elimelech e irmão de Chilyon, este casado com uma mulher chamada Orpá.

Ora, aconteceu que ambos os filhos de Noemi morreram(sem deixar filhos ou filhas como herdeiros) e também seu marido Elimelech. Noemi exortou que Rute e Orpá voltassem para a casa de seus pais, pois se fossem embora poderiam arrumar novos maridos e continuar a vida. Se ficassem, ninguém iria querer se casar com elas, pois além de serem usadas, digo, viúvas , existia ainda a questão de Rute ser estrangeira e, portanto, provável vitima de preconceito por parte de pretendentes.

 Orpá , aos prantos , se despediu de Noemi e voltou para sua família. Rute, num grande exemplo de lealdade e dever, ficou, pois sem ela não restaria ninguém para cuidar de Noemi. Noemi, por diversas vezes, testou os motivos de Rute querer ficar (e morrer de fome) com ela, pois sabia de sua origem rica e nobre. Rute, por fim, disse:

"...não me peça para deixá-la ou para retornar… Teu povo será meu povo e seu Deus meu Deus… ’"(Ruth 1;16-17)

As duas mulheres decidiram voltar para a terra natal de Noemi e se dirigiram a Belém, uma vila de pouca importância em Judá. Ao chegarem lá, Rute insistiu para que Noemi descansasse enquanto ela sairia para procurar alguma comida, pois ambas estavam passando fome. Rute foi até um campo onde homens colhia, trigo. Viu diversos trabalhadores saindo de lá com pesados sacos cheios de espigas. Rute pensou em entrar e pedir para um deles algumas espigas. Nisso foi surpreendida por um homem sorridente, que dizia:

"Entra estrangeira e recolhe algumas espigas. Sacia tua fome!"

Era Boaz, que além de ser juiz de Israel naquela época, era também parente distante de Elimelech.
Rute pegou algumas espigas e quando ia embora, Boaz lhe aconselhou a ficar mais um pouco e se beneficiar do Peá. Ao perguntar a ele o que era isso, Boaz explicou que , segundo a Torá(os escritos sagrados do judaísmo, composto pelos 5 primeiros livros de nossa Bíblia tradicional), quando o dono de um campo já apanhou sua colheita, deve deixar um canto para os pobres, os necessitados e os estrangeiros, a fim de que venham e colham eles mesmos.



 Rute esperou e pegou mais algumas espigas. Ao sair, Boaz novamente a aconselhou a esperar um pouco mais e se beneficiar do Leket. Novamente Rute perguntou o que era isso e ele respondeu: de acordo com a Torá, se um segador deixa de cortar alguma plantação com sua foice, não lhe é permitido voltar. Deve abandonar o que esqueceu de cortar, ou que deixou cair, e este deve ser deixado atrás como respiga para os pobres e estrangeiros. Rute ficou surpresa pelos escritos da Torá serem tão maravilhosos e resolveu esperar mais um pouco e pegar mais algumas espigas.

Quando ia saindo, Boaz mais uma vez a interrompeu e disse: "Porque não esperas mais um pouco e se beneficia do Shichechá?". Novamente Rute solicitou uma explicação, que foi a seguinte: "Quando o dono de um campo está levando sua carga aos celeiros, pode acontecer que ele tenha esquecido alguns fardos no campo. A Torá o proíbe de voltar e recolhê-los, pois ele deve deixar esses fardos esquecidos para os pobres, as viúvas, os órfãos e os estrangeiros."

Rute acabou recolhendo muitas espigas, mais do que o suficiente para garantir comida para ela e Noemi por um bom tempo. Ao contar sobre Boaz , Noemi o identificou como parente de Elimelech. Ao mesmo tempo, Boaz perguntou na região sobre uma estrangeira recém-chegada. Com o passar do tempo, eles se casaram e tanto Rute como Noemi tiveram uma vida de riqueza e felicidade.

Se a história parasse por aí , já seria uma grande lição de justiça social, caridade e lealdade ao dever. Mas a história continua, pois Rute e Boaz tiveram um filho, chamado Oved. Este , por sua vez, teve um filho chamado Jessé, que foi o pai de Davi, primeiro rei de Israel e pai de Salomão. Séculos mais tardes, para os cristãos, essa família geraria Jesus, nascido na mesma Belém de Rute e Boaz. Belém, cujo nome significa "casa do pão".

A história de Rute é lembrada nas sinagogas do mundo inteiro durante o Shavuot, uma importante festa judaica.

Uma vez contada a história, passaremos a analisar de maneira mais profunda o simbolismo da mesma.

Quem eram os Moabitas?

O Reino dos Moabitas, chamado também de simplesmente Moab na Bíblia, ficava na região conhecida hoje em dia como Jordânia. Sua origem mítica está no personagem Moab, fruto de uma relação incestuosa entre Lot(Ló) e sua filha, logo após a destruição de Sodoma e Gomorra. Lot era irmão de Abraão e, portanto, Moab é seu sobrinho e também sobrinho-neto.

Moab, sendo fruto de um grande pecado(segundo as leis judaicas) seria uma espécie de herdeiro de tudo o de ruim que existia em Sodoma e Gomorra. O nome MOab tem como significado, em Hebreu, a expressão "semente do Pai" ou simplesmente "do Pai".

Moab e Israel guerrearam por diversas vezes ao longo da história. Uma dessas guerras, inclusive, tem prova histórica: um fragmente de pedra onde se conta a vitória do rei israelita Omri sobre os moabitas. Essa pedra tem origem moabita e data de 830 A.C. É uma das pouquíssimas provas que se tem de que um personagem do Antigo Testamento existiu de fato. O nome dessa pedra é Estela Mesa e se encontra atualmente no Museu do Louvre. Ela também prova que os moabitas falavam e escreviam uma variação da língua Hebraica, provando consequentemente uma possível origem comum dos dois povos.

Rute, sendo uma princesa moabita, era descendente direta de Lot. Ao se casar com um descendente de Abraão por 2 vezes seguidas, temos que a história fecha um ciclo, reunindo em uma só a família do patriarca Hebreu.

Seu descendente, Salomão(que será tema de um dos próximos posts) resolveu homenagear o antepassado batizando uma das colunas do Templo com o nome de Boaz. Ou teria ele(ou o escritor do livro que relata isso)outro motivo que não a memória de um antepassado honrado, para fazer isso?

O Simbolismo do Nomes

Rute primeiro acreditou para depois compreender. Tendo isso em vista, vamos analisar os significados dos diversos nomes que apareceram nessa história.

Elimelech significa "Deus é meu Rei" enquanto Noemi significa "deleite, prazer"(curiosidade=existe uma palavra japonesa, Naomi, que significa "beleza"). Seus filhos, Machlon e Chylion significam, respectivamente, "doença" e "destruição".

Aqui temos uma mensagem óbvia: quando um fiel de Deus se rende aos prazeres mundanos, o resultado é a morte! Não que os prazeres do mundo sejam maléficos, longe disso. Mas Elimelech "foge" da Terra Prometida a procura de condições financeiras melhores, o que denota falta de esperança, falta de fé.

Dificuldades e fome obrigaram a família de Elimelech a sair de Belém("a casa do pão") e ir para Moab, uma terra considerada com impura e habitada por um povo pecaminoso. Entretanto, tudo indica que as dificuldades e a fome foram de natureza espiritual, ou seja, alude a tendência que temos todos nós de cairmos, moralmente falando, quando na ocasião de tentação. Sempre quando as coisas ficam dificeis ou simplesmente tediosas, afrouxamos nossas travas morais...não é?

Orpá, cunhada de Rute, significa "obstinação", mas no sentido rebelde da palavra, o popular "cabeça-dura".

Rute significa "companheira". Ela , moabita, seria quem traria a salvação para esta família em franca decadência.

Boaz significa "força" ou "firmeza". E qual seria essa tão grande força que deu origem a tantas pessoas lendárias?

Parte Cabalística!


Lendo o livro de Rute a resposta fica muito fácil: a verdadeira força vem da combinação entre misericórdia e caridade que em hebraico podem ter apenas uma tradução, "Chesed".

Chesed, na Arvore da Vida cabalística, está situada no Pilar da Misericórdia, e representa justamente a Bondade. É o ultimo passo , na Cabala, antes do mundo de Atziluth, também chamado de mundo divino.

A Cabala lida muito com as letras do alfabeto hebraico e seus significados ocultos. Basicamente, cada letra do alfabeto hebraico é parte do caminho de evolução encontrado na Arvore da Vida.

Boaz em hebraico tem como primeira letra Beth, que é a segunda letra do alfabeto. Talvez por essa razão, mitos tenham traduzido Beth como sendo a letra B, mas um estudo aprofundado de sua sonoridade mostra que as duas possuem diferentes sons.

Beth significa "casa", que é um lugar definido e objetivo(minha casa, a casa de fulano)como sendo o centro da vida de alguém.



Formas antigas desta letra lembravam meio que a ponta de uma flecha. Os gregos chamavam as ponta das flechas de kentrom, que é de onde vem a palavra concentração.

Podemos então, usando essa analise cabalística simples(sem entrar em valores numéricos de letras) formar  seguinte lição final dessa historia toda:

CONCENTRAÇÃO É REUNIR UNIDADES DE FORÇA EM UM SÓ LUGAR.

Fim de nossa analise.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Hiram, a Espiritualidade e o Profano

Resolvi fazer um artigo curto porém cheio de "revelações". Digo isso com aspas, pois tal conhecimento está a disposição de qualquer maçom que se disponha a estudar de forma séria a Arte Real. Aqueles que meramente estão na maçonaria e acabam iludidos pelo poder e prestigio aparentes nada é revelado, não porque o assunto é difícil, mas porque eles não querem saber, de verdade.

Paracelso costumava dizer que " se quiser transmutar algo, primeiro transmute a si proprio". É obvio que alguns maçons morrem profanos após o grau 33, mesmo eu não sendo deste grau. Neste pequeno texto, IMHO, mostrarei a causa disso.

Enfim, vamos parar com a enrolação e falar sobre Hiram Abiff.

Não estou quebrando nenhum segredo ao dizer que Hiram Abiff é importante para a maçonaria. Também não vou descrever aonde e porque no ritual ele aparece. Vou meramente fazer uma breve analise cabalística e  alquímica de seu nome.

HIRAM, em hebraico, se escreveria CrHM(esta é uma adaptação do hebraico, usando o alfabeto ocidental).

Não vamos nos ater ao significado de Hiram mas, utilizando a técnica cabalística chamada notaricon, vamos dissecar seu nome. Na verdade, CrHM é um acrônimo para 3 dos quatro elementos da natureza.

Fogo em hebraico adaptado seria ChAMAH e está relacionado com a cabeça.

Ar em hebraico adaptado é RUACh e está relacionado com o peito.

Água em hebraico adaptado é MAYIM e está relacionada com o abdômen.

Antes de continuar , peço que olhem as palavras em negrito acima destacadas e tentem se lembrar de alguma coisa do ritual(nem todos vão "pescar" isso. Vai depender do grau).

Continuando o assunto principal, se pegarmos as primeiras letras de cada elemento, temos ChRM.

"E o elemento Terra ? ",  vocês me perguntam. Calma, antes vamos examinar a palavra Abiff.

Abiff tem alguns significados em hebraico, mas o escritor T. Hogan aponta um fato interessante: existe uma palavra em francês antigo(como antigo queremos dizer idade média e renascimento) , biffet, que significa "eliminar" ou "eliminado". Se pensarmos que , nessa época a maçonaria estava nascendo e o frances era uma das línguas mais faladas da Europa, a teoria é interessante. De fato, T. Hogan diz que Abiff vem da mesma raiz fonética que biffet.

Assim, Hiram Abiff seria traduzido como Hiram o eliminado.

Assim, o Fogo, o Ar e a Água são elementos e características que precisam ser descobertos, literalmente desenterrados da carcaça que jaz eliminada na Terra. Pra quem entende um pouco de cabala, isso significa sair de Malkuth e buscar lugares mais elevados.

Em linguagem simples, significa espiritualizar a matéria, espiritualizar o homem terrestre.

O elemento Terra é onde o maçom já estava antes da iniciação. É o animal sem a alma, sem o sopro de vida.

E quantos maçons acabam por se desligar totalmente da espiritualidade ao adentrar a maçonaria? Muitas vezes confundem religião com espiritualidade, instituição com fé e acham que se lembrar do GADU no inicio de nossas sessões é o suficiente. Ledo engano.

Quando digo espiritualidade incluo não somente a religião de nascimento mas também a  capacidade de enxergar , de forma espiritual e simbólica, o ritual maçônica.

Quando da sindicância , uma das perguntas que me foram feitas era "qual a minha religião?"!. 

Acredito que devemos acrescentar mais uma: " Ok, você então se considera um bom católico/protestante/espírita/budista/umbandista/muçulmano? Seja sincero!".

Talvez isso evitasse o principal problema da maçonaria: a do maçom que morre profano.

Recomenda a leitura de The Alchemical Keys to Masonic Ritual, de Timothy Hogan. 


sábado, 19 de dezembro de 2015

O Número 7 e a Alquimia


O numero 7 está tradicionalmente ligado as Sete Artes e Ciências.

No nosso blog não iremos discutir essas artes, pois o propósito do blog é justamente mostrar um caminho alternativo, uma espécie de "extras, cenas deletadas e bastidores" de cada grau ou elemento da maçonaria. Assim, o numero 7 será aqui tratado em suas relações com a Alquimia, a Cabala e o Tarô.

Comecemos com a alquimia. Os poucos irmãos que ja devem ter ouvido falar alguma coisa sobre essa ciência , devem ter como definição para a alquimia com esta sendo uma versão arcaica da química, onde em um passado distante místicos fingiam ser cientistas e buscavam coisas impossíveis, como transformar chumbo em ouro ou obter a pedra filosofal, um artefato místico capaz de curar todas as doenças e conceder a vida eterna.



E dependendo do ponto de vista as definições acima estão totalmente certas e totalmente erradas ao mesmo tempo!

Os alquimistas de fato buscavam transformar chumbo em ouro, mas de uma maneira espiritual. Eles queriam pegar o corpo material, com suas fraquezas e limitações(representas na astrologia pelo planeta Saturno, que possui o mesmo símbolo químico do chumbo!)e extrair dele o ouro, a essência espiritual. Ou seja, uma vida totalmente material seria transformada para uma vida onde o material e o espiritual seriam os mesmos, pois a essência espiritual da pessoa seria trazida das profundezas onde se encontra e através de um CASAMENTO ALQUÍMICO se fundiria com a personalidade material.
Essa é a verdadeira alquimia dos antigos. Como podemos ver , a química atual é que é uma versão limitada da alquimia...



A Alquimia era chamada de ARTE REAL naquela época(séculos 13 ao 17) e seu trabalho(a transformação de um elemento para outro)era dividida tradicionalmente em SETE estágios, os quais revelaremos abaixo, sem o véu da ilusão:

* Calcinação: onde as defesas do Ego/Personalidade são reduzidas a cinzas. O paradigma atual da pessoa vira pó, calcinado pelo Fogo da Verdade.

* Dissolução: as águas da emoção se misturam com as cinzas do Ego e assim temos uma nova percepção de nossas emoções REAIS. As emoções rígidas são dissolvidas e se transformam em lagrimas, de tristeza, alivio ou alegria.

* Separação: aqui são dissecados vários pares de opostos em nossa personalidade, tais como Bom/Mal, Egoísta/Generoso, Honesto/desonesto para que assim fiquemos mais CONSCIENTES deles e de seus efeitos sobre nós.

* Conjunção: este quarto estágio balanceia e integra os elementos opostos do estagio anterior, de forma que a partir da[i estejamos prontos para o OURO, uma consciência baseada no coração (core=núcleo)do individuo.

* Putrefação/Fermentação, o quinto estágio, trata de jogar o individuo novamente ao fogo, para que os hábitos e paradigmas antigos sejam queimados e destruídos , a fim de dar espaço para algo que já vem fermentando dentro de si. Se o velho não morre, não existe espaço para o novo. As vezes, pode existir um sub-estágio dentro deste, Mortificação, que envolve ser humilhado, no melhor sentido de humildade mesmo, que longe de ser algo ruim, nos transforma em um ser capaz de enxergar e acreditar na própria verdade interior, desta vez sem embelezamentos.

* Destilação, o sexto estágio, é um minucioso refinamento do trabalho feito nos estágios anteriores.Aqui a consciência, se o trabalho foi bem feito, não está mais sobre o jugo do Ego e sim da Alma. Na verdade, a Alma está virando o Ego. É o que muitos ocultistas chamam de Conhecimento e Conversação com o Sagrado Anjo Guardião.

* Coagulação, o sétimo estágio, é a conclusão da Grande Obra, na qual a essência divina toma o controle da personalidade. E , na verdade, ela sempre esteve presente. Podemos dizer que ela saiu das profundezas do ser e, para que isso acontecesse, a personalidade e o próprio corpo da pessoa teve que passar por um processo de "aparo de arestas" e "polimento". É o VITRIOL,o chumbo transformado em ouro,  a chegada a Tiphereth, o encontro com o Cristo e também a Pedra Filosofal. Nomes diferentes para a mesma coisa.

Você pode estar pensando: mas  a maioria do pessoal da minha Loja não encontrou pedra filosofal alguma, mesmo sendo grau 8, 33 ou 99. Pois é... mas isso não impede de VOCÊ a encontrar!
Bom, saindo (só que não!) do assunto alquimia, vamos analisar algumas correspondências do numero sete.

Comecemos com o Tarô, onde a carta numero 7 é a O Carro também conhecida como A Carruagem.




Ela mostra o que deve ser (ou deveria ser) o grande diferencial do maçom para com o profano: a Vontade. É o que nos impulsiona, nos tira de cima do muro pois sabemos responder a questão: "o que você quer?". Sabemos onde queremos chegar e como o fazer. E QUEREMOS fazer. "Todo o poder que já existiu ou existe está AQUI e AGORA(PFC)". É a força viva e motivadora por trás de todo o universo. E todos nós temos uma igual quantia dela, geralmente escondida sob toneladas de porcaria!

O cocheiro que dirige o carro nada mais é que nosso EU VERDADEIRO, nosso Eu Interior, nosso Mestre, acima referido como SAG.



Já dizia William Atkinson: " O Self(Eu Verdadeiro) é o piloto no carro do corpo, guiada pelo intelecto como cocheiro , elaborado pelos sentidos como cavalos poderosos , controlados por meio da mente que serve para as rédeas. Assim, corre o veículo ao longo da experiência . O Self , portanto, condicionado pelos sentidos e pela mente é chamado de Consolador por aqueles que sabem . Aquele que é abandonado pelo cocheiro (discriminação inteligente ) e não tem idéia de orientar as rédeas - mente - de maneira adequada , não tem controle sobre os sentidos , e é como um condutor de cavalos indóceis . Aquele que tem o intelecto para o motorista e rédeas adequadas para a mente, é capaz de alcançar o outro fim do curso , a maior essência do que tudo permeia . Que já escondida em tudo, nunca se manifesta , mas é apreendido pelo intelecto afiado daqueles que são treinados para observação minuto. "

Temos aqui a ideia de que o Eu Verdadeiro é capaz de extrair a Ordem do Caos, de trazer harmonia para a vida da pessoa.

Jesus disse (em João 6, 38) e eu parafraseio: "Minha Vontade é a vontade Daquele que me enviou". E isso também vale para Moises ou Buda. Essa Força não é nossa! Ela nos é dada e nos a ignoramos.





Esta carta está associada a letra hebraica Cheth, que significa "cerca". Uma cerca delimita terrenos. A lição que esta letra nos traz é a de impor limites a nossas palavras e pensamentos. Por que? Porque são com as palavras e pensamentos que criamos TUDO ao nosso redor. Se duvida basta tentar lembrar como começaram sua ultima briga com a esposa, ou aquele grande negocio na empresa. Se quiser ficar mais "aberto" a influencia da Verdadeira Vontade, comece observando e mudando seus hábitos relacionados ao que pensa e ao que fala.

Concluiremos este primeiro estudo dos números no próximo post, onde trataremos do numero 15, do diabo e de... Baphomet!